Em um dia de sol o Brasil acordou, sacudiu um pouco a poeira,
levantou e tentou dar a volta por cima. Tentou dar a volta
por cima
em quem ainda dormia, quem ainda sonhava, quem ainda
descansava
de um dia longo de trabalho.
Em um dia de sol, o povo acordou, saíram de suas casas,
foram às ruas lutar,
lutar por aquilo que ainda acreditam, foram às ruas lutar
por justiça, lutar por eles e por aqueles que ainda teimavam em ficar de braços
cruzados.
Em um dia de sol, o Brasil virou notícia no mundo, não
pelo futebol, mas pela luta de seu povo,neste dia de sol, as madrugadas viraram
manhãs.
Em um dia de sol, brancos, negros, jovens, idosos... Decidiram
não se calar, colocaram seu amor, seu rancor e seu ódio para fora em forma de
grito, um grito que ecoou além das margens do Rio Ipiranga.
Em um dia de sol o Brasil foi forçado a repensar seus
passos, foi forçado a não andar na contramão do povo, o Brasil parou para ouvir
e refletiu...
Em um dia de sol, o povo resolveu ser maior que a própria
história, ser maior que suas próprias crenças, resolveu seguir sua própria
vontade, resolveu falar com sua própria voz.
Em um dia de sol, o Brasil recuou, erguei a bandeira
branca e, com medo, resolveu ser um pouco mais para o povo, acuado, teve que se
entregar.
Em um dia de sol, o povo gritou, gritou tanto que acordou
os partidos, e eles, os partidos, resolveram aparecer, resolveram então
interferir, e com isso, em um dia de sol, o povo se dividiu.
Em mais um dia de sol, o Brasil, simplesmente resolveu
esquecer... Contou com a ajuda do tempo, seu fiel escudeiro, seu melhor aliado.
E novamente desistiu de ser para o povo, e voltou a ser o principal inimigo de
sua nação.
Em um dia de sol, o povo que um dia pôde brilhar,
resolveu ficar à sombra, simplesmente achou melhor esconder-se, foi apagado
pela paciência de quem de braços cruzados não lutou...nem sequer apoiou.
Em um dia de sol, o Brasil voltou...
Em um dia de sol, o povo (...ei,...ei,...acorda! acorda!)
não acordou.
Grande Abraço.
Bons Ventos.
Zélio Marulo Jr.