Eu Mereço um Asilo?

Falar da vida não é fácil, muito menos quando chegamos a um grau de nossa vida onde acabamos nos tornando muitas vezes um “fardo” tanto para nossa família como para a sociedade, e em busca de respostas para essa fase de nossa vida que falarei de um assunto delicado: O Asilo. Será mesmo que é preciso? Será que nos tornamos seres tão angustiantes que nossas presenças não serão mais aceitas só porque nos tornamos “velhos”? A sociedade antes que nos via como consumidor hoje nos vê como mercadoria? Será que é preciso mesmo nascer de novo para se poder morrer? Já que todos os cuidados que necessitamos quando somos crianças são reativados quando alcançamos a velha idade, cuidados esse como caminhar sozinho, tomar banho, trocar de roupa... Coisas essas que um dia faremos em nossos filhos, e que talvez precisemos que nossos filhos também nos façam por uma situação de dependência decorrente da nossa idade e também o descobrimento de coisas novas como a internet, o celular, e as inovações tecnológicas - que não podem ser acompanhadas dia-a-dia por essas pessoas que são isoladas da sociedade simplesmente por estarem velhas- que ao serem descobertas pelos idosos nos lembram crianças que vão descobrindo passo a passo os mistérios e os caminhos da vida.

Escolhi o tema ASILO por achar que muitas pessoas desconhecem os trabalhos feitos por lá, as necessidades, fonte de sustentabilidade, e estão simplesmente “mandando” seus FAMILIARES para um asilo e desperdiçando o bem mais precioso que lhes foi dado, o convívio com o seu genitor em uma vida saudável, harmônica e até mesmo extrovertida, muitas pessoas apenas ignoram esse fato e passam despercebidas pela vida sem ao menos saber o valor de um abraço, um sorriso, um aperto de mão, e até mesmo um agradecimento, não por algo especial que ele lhe fez, mas sim e simplesmente, por sua existência, por ele estar ali ao seu lado, presente mesmo diante de todas as dificuldades e já com a saúde prejudicada pelo tempo, mas que não abre mão de um esforço para poder te ajudar e tornar sua vida mais feliz. Devemos dar mais valor a essas coisas simples, mas de suma importância para a saúde e o bem-estar das pessoas que nos acompanharam a vida toda, dedicando grande parte do seu tempo para nos proporcionar um bem-estar maior, e perceber que o viver não é só uma questão de negócios e compromissos, é pelo menos em um instante se sentir abençoado por viver em um país lindo, onde as principais belezas não são compradas. Quero que todos VIVAM e se sintam LIVRES para compartilhar com os IDOSOS o melhor que eles podem oferecer... A sua alegria em simplesmente estarem vivos!

Nossas vidas têm valor imenso por isso devemos vive-la intensamente sem ter medo de arriscar, de ser infeliz, de errar, de perder ou de ganhar, o futuro é promessa do presente vivido e retrato do passado, a vida é muito mais que um olhar atônito das conquistas, é muito mais que um pensamento do que poderia ter sido feito, é algo além do que se fez e muito próximo do máximo a ser feito, é certeza de erros e dúvidas de acertos, é um pisar no obscuro defeito da vida que nos leva a crer que nada ficará guardado, de que nada ficará intacto em nossas memórias, pode ser até um questionamento de valores e crenças induzidas em nosso percurso rumo à morte, afinal “pra se morrer basta apenas estar vivo”, e é nessa causa que devemos propor aos nossos idosos, que já passaram por esses grandes desafios um final de “luta” digno, próprio para sua saúde, sanidade e bem-estar. Cabe a sociedade e familiares a parcela de sofrimento e de alegria que eles terão nos últimos momentos de suas vidas, mantenham o pensamento sempre vivo e a mente sempre aberta para perceber que os jovens de hoje serão os idosos de amanhã, por isso OS RESPEITEM, OS LIBERTEM, MAS ACIMA DE TUDO OS MATENHAM VIVOS, para que nos últimos momentos de suas vidas eles lembrem que foram tratados com dignidade, amor e afeição.


Abraço!
Tchau.

Autor: Zélio Marulo Jr.