Mais que uma simples Explicação.

O Mundo sempre explica suas guerras alegando a busca pela paz. Sem ao menos perceber que milhares de inocentes morrem todos os dias sem lutar uma guerra que não é sua, por uma paz que nunca chega.

Mulheres espancam seus filhos, vendem seu corpo explicando que o mundo não lhes dá oportunidade, explicando que não têm que as ame.

Crianças roubam nos sinais, dormem nas ruas, cheiram cola para passara fome, explicando que os pais os abandonaram, que o governo não os ajuda, que as pessoas não os respeitam.

Homens batem em suas esposas, em seus filhos, traem suas mulheres e explicam que são os “homens da casa”, que trabalham, que põem a comida à mesa, que sustentam o lar.

O povo vende o seu voto explicando que não têm o que comer, que não têm onde morar, que não têm de onde tirar dinheiro, pensam enganar os políticos e depois se dizem enganados por eles, mas na verdade estão enganando a si próprios.

Adolescentes agridem seus pais. Matam. Alegando que não têm o celular mais moderno, o tênis preferido, as roupas da moda, que não podem ir à festa da turma ou que queriam todo o dinheiro e assim simplesmente... Matam.

Tem grupos querendo terra explicando que precisam trabalhar, mas quando recebem sempre querem mais e quando não estão satisfeitos destroem boa parte do que receberam. O governo cada dia se mete menos, tem menos força para coagir,banir,punir culpados e soltar inocentes, investigar os fatos, e continuamos assim com medo, com pena, sem saída.

A Humanidade que cada dia pensa mais em si própria explicando a falta de tempo para assuntos coletivos. Povos abandonados, crianças esquecidas, ricos, pobres, mulheres e homens vivendo de um mesmo mal, vivendo da mesma ganância, querendo sempre que o mundo os dê algo, mas nunca doando nada para o mundo.

Explicações não justificam a dor, a perda, a guerra, a omissão, o egoísmo, o abandono, a destruição, o roubo, a violência, a corrupção...

Explicações são motivos “criados” para nos fazer acreditar que estas ações são corretas em razão do que a própria explicação acredita.

O povo que explica sua dor nas dores dos outros, que busca sua força na fraqueza dos outros, que procura subir na descida dos outros, que tenta escapar na prisão dos outros, que tenta vencer... na derrota dos outros.

Um povo que se explica, mas nunca se justifica.

Zélio Marulo Jr.

“Não me curvaria diante de nenhuma autoridade política e de nenhuma celebridade,

Mas me curvaria diante de todos os professores e alunos do mundo. São eles que podem mudar o teatro social. São atores insubstituíveis.” 

Augusto Cury