quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Caminhando e Cantando...


Vivemos em um mundo capitalista que nos “ensina” sobre o que devemos gostar, sobre o que comprar, sobre como sermos melhores aceitos na sociedade.

Vivemos em um mundo cheio de riquezas naturais, e todos os dias saímos as ruas para destruí-las, isso quando não o fazemos dentro de nossas próprias casas.

Estamos rodeados de pessoas que sobrevivem dos centavos que oferecemos nas ruas, nos semáforos, nos coletivos.

Vivemos em um cárcere privado dentro de nosso próprio lar, cercado por grades, cachorros, alarmes, portas de segurança, cercas elétricas... Achando que estamos protegidos e que nesta maneira de viver somos pessoas livres.

Vivemos em um mundo de aparências, onde o que se parece ser muitas vezes não é, o que parece não ser muitas vezes realmente não é, o que não se parece muitas vezes é. Mas o que realmente importa é o que você parece.

Somos carentes de transporte, de saúde, de educação, de segurança, e sem trabalho não há lazer, e fingimos fazer algo para mudar, escrevemos em Blogs, provocamos no Twitter, mandamos mensagens de indignação pelo Facebook, criamos comunidades no Orkut, tudo isto sem sair da cadeira, tudo isto sem dar a cara pra bater, tudo isto para fingir que estamos na luta contra isto ou aquilo, e na verdade não estamos fazendo nada.

A sociedade que de maneira “democrática” elege seus próprios ladrões, a população que ainda permanece calada diante de tantas fraudes, roubos, desvios, mas que se enfurece em frente à televisão com as maldades do Coronel Timotinho, da novela da 18:00hs.

Julgamos o que não conhecemos, deixamos de lado o que conquistamos, trabalhamos no que não gostamos, enfrentamos filas para comer, para pagar, para receber, para pedir, para doar... Enfrentamos o mal com o próprio mal, fazemos o bem esperando algo em troca, invertemos os valores a nosso favor, somos cria da nossa própria ganância.

Somos reprimidos de sermos nós mesmos, no mundo colhemos muito mais preconceito, intolerância, desigualdade, injustiça, miséria, morte, fome!

Somos herdeiros da nossa arrogância, prisioneiros da nossa própria covardia, vivendo em um país que aos poucos está perdendo o seu brilho.
Parabéns Brasil, você cresceu.

Grande Abraço.
Bons Ventos!

Zélio Marulo Jr.


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5 comentários:

  1. Uma liberdade falsa, cerceada, em um país que se considera em evolução... Tenho medo de onde essa tal evolução pode nos levar.

    Crítica perfeita, Zélio!

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  2. Pois é! O fazer? Tem solução? Eu sempre carreguei comigo a esperança, mas vendo como caminha a humanidade... Sei não.

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  3. A realidade está mesmo de envergonhar qualquer cidadão com um pouco de coerência em sua vida... Mas os desabafos em blogs e microblogs estão se fortalecendo, meu caro... E estão indo para as ruas... Mas reconheço que a situação é bastante complexa... Contudo, a indignação já é um começo...

    Dito isso, gostaria de te dar uma boa notícia. É que o Inoportuno é um dos blogs homenageados na sessão “de olho na blogosfera” deste mês do Conversa Paralela. Para conferir, basta acessar o link http://migre.me/6etRG. Será um prazer recebê-lo por lá!

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  4. Vivemos em uma sociedade em que os valores não existem mais, o respeito ao próximo, e todos lançam a culpa no que está mais perto e fecha os olhos para as próprias responsabilidades.

    Você foi excelente em suas palavras. Parabéns!

    inspiracaoentrelinhas.blogspot.com.br

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  5. Excelente texto Zelio. O titulo me lembrou a musica homônima. Ainda um dia desses comentava sobre o autor Geraldo Vandré que deu a cara a tapa, falou claro, sem meias palavras, seis floreios, disse exatamente o que queria. Enquanto Chico Buarque é outros, sem desmerecê-los naqueles anos de ferro, fez coisa como Apesar de Você, se ele não dissesse, até um dia desses achava que falava de uma mulher, a belíssima Cálice... Outros como Belchior Galos, Noites e Quintais, e assim vai... Tudo bem enfeitado prá passar, bem empacotado, prá, à primeira vista, passar pelo olhar clinico, critico do todo poderoso e dono da verdade, sensor. Geraldo não,

    “Caminhando e cantando e seguindo a canção
    Somos todos iguais braços dados ou não
    Nas escolas nas ruas campos construções
    Caminhando e cantando e seguindo a canção

    Então vem vamos embora que esperar não é saber
    Quem sabe faz a hora não espera acontecer”

    Adorei o Blog, desde já serei seu fiel seguidor.

    http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

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